sábado, 11 de outubro de 2025

Arquivo: Pai e filho guardam coleção com 250 mil cartões telefônicos no valor de um carro em Joinville

Reportagem de Vinicius Tóffoli, em 17 de maio de 2025, no jornal NSC Total de Joiville, Santa Catarina


Aos 74 anos, aposentado quer vender a coleção e define preço


Coleção de cartões telefônicos vale R$ 15 mil, segundo o pai (Foto: Reginaldo de Castro, NSC TV Joinville)

 

São figuras da Turma da Mônica, Beto Carrero, Sítio do Picapau Amarelo, imagens de frutas, flores, animais, lugares e até escudos do JEC que compõem a coleção com mais de 250 mil cartões telefônicos do aposentado Abel Gonçalves e do filho Greg Gonçalves. A prática da telecartofilia, popular entre 1994 até 2010, sobrevive na casa da família no Bairro Saguaçu, em Joinville.


Aos 74 anos, o pai conta que começou a colecionar quando o filho precisou dos cartões para um trabalho na escola, na década de 90. Seu Abel comprou cerca de seis a sete cartões para o filho, e desde então, não parou mais.


— Lembro que era normal colecionar cartões, comecei a ter esse gosto e o pai foi participativo, começou a ajudar. Ele trazia pra mim e isso foi crescendo. Hoje é desconhecido, mas foi muito fomentado na época — disse Greg, de 40 anos, ao lembrar do começo da paixão do pai pelo hobby.



Mesmo quando o filho não conseguiu mais continuar a coleção, por questões de trabalho, o pai deu continuidade. Entre trocas com colecionadores, achados em orelhões e até parcelamento de cartões, Abel teve a ideia de colocar uma placa na frente de casa: “Cartão telefônico usado. Compro e troco”.


— Foi um sucesso. Vinha gente de Florianópolis, Jaraguá do Sul, São Paulo, todos os lugares. Chegou um cara que trouxe 100 mil cartões para vender e eu consegui negociar. Já cheguei a ter 500 mil cartões. Valeu a pena — disse Abel.

Hoje, os cartões estão guardados no armário feito sob medida para a coleção. Segundo Abel, os 250 mil cartões telefônicos estão à venda por R$ 15 mil, valor semelhante ao de carros usados.

— Eu aprendi muito nessa minha paixão pelos cartões, ensina a pessoa a viver. Pode perguntar para mim: “O senhor conhece o Japão?” Nunca fui, mas eu conheço tudo pois tenho os cartões de lá — disse o pai.


Mais do que só uma coleção, a telecartofilia praticada na casa dos joinvilenses aproximou os laços de pai e filho.


— É uma recordação que levamos para a vida toda. Sempre que olhar para os cartões telefônicos vou lembrar do meu pai. 99% foi ele quem juntou e fez acontecer — afirma o filho.

Ao todo, são 250 mil cartões telefônicos usados acondicionados em um armário feito sob medida para a coleção.


Link para a reportagem original no site do NSC Total: https://www.nsctotal.com.br/noticias/pai-e-filho-guardam-colecao-com-250-mil-cartoes-telefonicos-no-valor-de-um-carro-em-joinville

 

Telecartofilia é cultura! Colecione.


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